O Funicular mais antigo do mundo, escadarias intermináveis, fontes e estatuas barrocas, envolvidos por um manto de vegetação, fazem do Bom Jesus do Monte (ou Bom Jesus de Braga) um dos destinos mais procurados por bracarenses e visitantes.
Em 1373, se registavam sinais de atividade e construção de uma Ermida no Bom Jesus. No entanto, o Bom Jesus tal como conhecemos hoje surge em 1722 quando, por iniciativa de D. Rodrigo de Moura Teles, deu-se inicio ao projeto do atual Santuario, com a construção das Capelas da Via Sacra, do Portico, e dos Escadórios dos Cinco Sentidos. Em 1784, com o fluxo cada vez maior de peregrinos, o Arcebispo D. Gaspar de Bragança confia a Carlos Amarante a tarefa de desenhar uma nova basílica, concluida em 1811.
Escadório do Pórtico
No extremo inferior do escadório do Portico existe um arco de 7 metros de altura e 4 metros de largura e a escadaria serpenteia entre vegetação densa ao longo de 376 degraus até ao largo que precede o escadorio seguinte – dos Cinco Sentidos.
A escadaria dos Cinco Sentidos inicia-se junto а Fonte das Cinco Chagas ou Fonte das Cinco Correntes e a partir dai, em cada lanço de escadas existe uma fonte correspondente a um dos sentidos humanos.
Escadório das Virtudes
Depois da escadaria alegórica do sistema sensorial vem o Escadorio das Virtudes. O escadório inicia-se num atrio quadrangular. Aqui podem encontrar-se fontes alusivas а Fé, Esperança e Caridade
Largo do Pelicano
No Largo do Pelicano podemos admirar o belissimo jardim barroco
Adro do Bom Jesus
Aqui reside um conjunto de estatuas representativo de personagens biblicas ligadas а Paixão de Cristo: Anas, Caifas, Herodes e Pilatos de um lado e José de Arimateia, Nicodemos e Pilatos.
Via-Sacra
A Via-Sacra encontra-se representada em todo o Santuario do Bom Jesus do Monte com 17 capelas que mostram vários momentos ligados a paixão de Cristo
Funicular (ou Elevador do Bom Jesus)
Um projeto da autoria de Niklaus Riggenbach e foi inaugurado em 1882. O único na península ibérica e o mais antigo do mundo em atividade. Um funicular movido a agua, por contrapeso. Duas cabines, ambas com depositos de agua, estão ligadas por um cabo. Quando uma cabine se encontra no topo, o deposito dessa cabine é enchido com agua (cujo volume depende do numero de passageiros), enquanto o deposito da cabine do fundo é esvaziado.Quando o maquinista solta os travões, a diferença de pesos faz com que a cabine inferior suba.
Monumento memorial da batalha de Aljubarrota e panteão régio, cuja construção teve início em finais do século XIV com o patrocínio de D. João I, o Mosteiro dominicano da Batalha é o mais significativo edifício do gótico português. As suas vastas dependências constituem hoje um excelente exemplo da evolução da arquitetura medieval até ao início do século XVI, desde a experiência inédita do tardo-gótico à profusão decorativa do manuelino.
O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, também designado Mosteiro da Batalha é, indiscutivelmente, uma das mais belas obras da arquitetura portuguesa e europeia.
Este excecional conjunto arquitetónico resultou do cumprimento de uma promessa feita pelo rei D. João I, em agradecimento pela vitória em Aljubarrota, batalha travada em 14 de agosto de 1385, que lhe assegurou o trono e garantiu a independência de Portugal.
Dom João I está enterrado ali, na Capela do Fundador, ao lado da mulher, D. Filipa e dos filhos.
As obras prolongaram-se por mais de 150 anos, através de várias fases de construção. Esta duração justifica a existência, nas suas propostas artísticas, de soluções góticas (predominantes) manuelinas e um breve apontamento renascentista. Vários acrescentos foram introduzidos no projeto inicial, resultando um vasto conjunto monástico que atualmente apresenta uma igreja, dois claustros com dependências anexas e dois panteões reais, a Capela do Fundador e as Capelas Imperfeitas.
A abissal Sala do Capítulo revela uma imensa abóbada, sem qualquer apoio central. O projeto é considerado um dos mais audaciosos da arquitetura gótica europeia.
Conta a historia que o arquiteto Afonso Domingues, jà cego, logo depois ter realizado essa abóboda, teria ficado ali durante três dias e três noites para ver se resistia, para assistir a sua maior obra ou morrer com ela.
Realizadas por D Duarte são as Capelas Imperfeitas que, apesar do nome, são absolutamente majestosas. Sò que nunca foram acabada e assim ficaram, incompletas mas espetaculares.
Monumento nacional, o mosteiro integra a Lista do Património da Humanidade definida pela UNESCO, desde 1983.
O Mosteiro dos Jerónimos é o monumento mais famoso e visitado de Lisboa, e não só é uma obra arquitectónica excepcional, mas também um importante símbolo da identidade e cultura portuguesas.
Esta obra-prima do estilo manuelino, expressão artística primorosamente portuguesa que mistura elementos do gótico tardio e renascentista com elementos mudéjar, foi fundada por vontade de D. Manuel I perto do local onde D. Henrique o Navegador, figura-chave da expansão ultramarina da Portugal, tinha construído uma igreja dedicada a Santa Maria de Belém. Quando os marinheiros estavam para fazer uma longa viagem, eles foram a esta igreja para se entregar a Nossa Senhora. Vasco da Gama não foi exceção antes de sua expedição às Índias. Foi então que o Rei D. Manuel prometeu, se tivesse sucesso, construir uma igreja ainda maior naquela igreja, e então decidiu transformá-la no panteão de sua família.
Foi construído em 1502 por projecto do arquitecto Diogo Boytac e dedicado a San Geronimo; muitos artistas portugueses, franceses e espanhóis colaboraram na sua realização. A ordem dos girolamini foi dissolvida em 1833: desde então até 1940 o mosteiro foi usado como escola e orfanato; em 1907 foi declarado monumento nacional e em 1983 Patrimônio Mundial da UNESCO. Nos seus cinco séculos de história, o mosteiro atraiu poetas, navegadores, reis e artistas e foi o cemitério de nobres e exploradores: hoje é uma das principais atracções turísticas de Lisboa.
A Igreja de Santa Maria, de aspecto gótico, alberga os cenotáfios de Vasco da Gama e do poeta Luís Vaz de Camões (cujos ossos foram aqui transportados); o coro também se destaca, com bancos de madeira finamente entalhados.
O claustro é provavelmente a atracção mais surpreendente do mosteiro: um dos mais bonitos da Europa, tem uma forma quadrada e mede 55 metros de cada lado, com duas filas de janelas em todos os lados. É um triunfo das decorações manuelinas, das criaturas fantásticas da balaustrada superior e dos símbolos da época em que foi construído o claustro, como a esfera armilar e a cruz da Ordem militar.
O portal de entrada, embora menor que o portal sul, é o mais importante: orientado simbolicamente a nascente, é o ponto de acesso à igreja, perfeitamente alinhado com o altar-mor. Desenhado por Boitaca, foi construído por Nicolau Chanterenne em 1517. Em ambos os lados da porta há estátuas de um monarca em respeitoso ato de oração: Dom Manuel I com San Geronimo à esquerda e Rainha Maria com São João Batista à direito. Na parte superior é possível ver três nichos com grupos escultóricos representando a Anunciação, o nascimento de Cristo e a adoração dos Magos. É difícil acreditar que a porta sul seja, tecnicamente falando, apenas uma entrada secundária: a sua magnífica decoração torna-a no elemento de maior impacto visual de toda a fachada. A figura central representa Nossa Senhora de Belém com o Menino, na parte inferior os santos e apóstolos e na parte superior uma estátua do Arcanjo Miguel domina toda a composição.
Dourados sumptuosos, madeiras exóticas, frescos e milhares de livros raros e antigos, ordenados em estantes até ao teto. Na Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra, respira-se a história do rei que governou o grande império português no século XVIII.
Aqui repousam milhares de livros, alguns dos quais são exemplares únicos no mundo. A Biblioteca Joanina, antes chamada Casa da Livraria, começou a ser erguida em 1717, em pleno século das Luzes, a mando de D. João V (1689-1750), o rei português que privilegiava o conhecimento e que promoveu uma política cultural sem paralelo em todo o país.
No longo reinado de 43 anos, um dos maiores da história de Portugal, o monarca, que subira ao trono apenas com 17 anos, cultiva o gosto pelas artes, pela ciência e pela literatura. Com os cofres do reino cheios do ouro proveniente das novas jazidas descobertas no Brasil, o jovem monarca desenvolve ao mesmo tempo uma certa apetência pelo esplendor e pelo fausto: o seu ídolo é Luís XIV, o rei sol.
Por iniciativa régia fizeram-se obras emblemáticas como o Convento de Mafra, o Aqueduto das Águas Livres, a Real Academia de História, a Academia Cirúrgica Protótipo Lusitana e esta Biblioteca, obra-prima única do Barroco, construída pelos melhores mestres em pintura de frescos, douradores e entalhadores.
Trezentos anos depois, esta biblioteca é considerada a mais bela Biblioteca Universitária do mundo, com um espólio inestimável de valor incalculável. É visitada todos os anos por 200 mil pessoas, mais ainda depois da Universidade de Coimbra ter sido eleita Património da Humanidade pela UNESCO em 2013.
O retrato de D. João V, o patrono da obra, ganha destaque numa das paredes principais da construção em estilo barroco.
A biblioteca foi mandada construir por D. João V, tal como a Biblioteca do Convento de Mafra que é igualmente considerada uma das mais bonitas em todo o Mundo. A da Universidade de Coimbra começou a ser construída em 1717.
O reitor da altura pediu ao Rei um lugar para guardar uma biblioteca que estava à venda por morte de um lente da Universidade. D. João V não se limitou a construir uma mera biblioteca. Contratou especialistas e o edifício de três andares é um símbolo de um país que na altura rompia com o obscurantismo e apostava no conhecimento e nas artes.
A biblioteca tem mais de 60 mil volumes e tem livros publicados até ao ano 1800. O mais antigo é uma bíblia de 1140, do tempo de D. Afonso Henriques. A bíblia tem quatro volumes e é em pele. Estima-se que tenham sido abatidos cerca de mil animais para a fazer. A biblioteca tem vários tesouros como são exemplos a primeira edição dos Lusíadas, uma bíblia hebraica e alguns manuscritos, como é o caso de Almeida Garrett. Estes tesouros estão guardados no outro edifício da Biblioteca Geral que começou a funcionar em 1962. É também nesta estrutura que são consultadas as obras da Biblioteca Joanina. Por ano são requisitados cerca de 800 volumes para consulta.
A biblioteca está aberta para consulta a qualquer cidadão mas a sua actividade, desde a fundação, é dirigida à comunidade académica.
Os Morcegos. À primeira vista pode pensar que estes animais são um problema para a Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra. No entanto, os morcegos que lá habitam, ocupando o espaço atrás das estantes durante o dia e mergulhando nos tetos arqueados quando o sol se põe, não são um problema.
Pelo contrário. Os morcegos desempenham um papel vital na preservação dos manuscritos da instituição, tanto que os bibliotecários não têm pressa nenhuma em se livrar destes animais.
Os morcegos que moram na Biblioteca Joanina não danificam os livros e, como são notívagos, geralmente não incomodam os visitantes que entram na biblioteca para se deixarem levar pelos seus encantos.
Aliás, o maior perigo para a coleção de livros é a população de insetos. Sabe-se que muitas espécies de insetos roem o papel, podendo constituir um verdadeiro perigo para os livros raríssimos que moram naquela biblioteca de Coimbra, que datam antes do século XIX.
É nesta parte trágica da narrativa que entram os morcegos, mas não como vilões. Eles são os verdadeiros heróis que, durante a noite, se alimentam dos insetos, impedindo-os de estragar a coleção.
No entanto, apesar de os morcegos não representarem uma ameaça, há uma particular preocupação: as fezes. Para proteger o espólio, os bibliotecários cobrem as mesas do século XVIII com tecido feito de pele de animal à noite, e limpam o chão todas as manhãs.
Situado a 30 km a noroeste de Lisboa, o Palácio foi construído em 1711 por iniciativa do Rei D. João V e concebido como uma representação da monarquia e do Estado. Este impressionante edifício quadrangular inclui os Palácios do Rei e da Rainha, a Basílica em estilo barroco italiano, o Convento franciscano e a Biblioteca com 36,000 volumes. O conjunto monumental inclui ainda o Jardim do Cerco em composição geométrica e a Tapada. O Real Edifício de Mafra é uma das obras mais admiráveis realizadas pelo Rei João V, que ilustra o poder e a alcance do Império Português. João V adotou modelos arquiteturais e artísticos em estilo barroco italiano e encomendou obras de arte que tornam Mafra um exemplo excecional deste estilo de arquitetura.
Os trabalhos da sua construção iniciaram-se em 1717 por iniciativa do rei D. João V, em virtude de uma promessa que fizera em nome da descendência que viesse a obter da rainha D. Maria Ana de Áustria.
O edifício de autoria do arquitecto mor do reino, João Frederico Ludovice, ocupa uma área aproximada de quatro hectares (37 790 m²). Construído em pedra lioz abundante na região de Mafra é constituído por 1 200 divisões, mais de 4 700 portas e janelas, 156 escadarias e 29 pátios e saguões.
Por vontade real, o projecto inicial de um convento para 13 frades foi sucessivamente alargado para 40, 80 e finalmente 300 frades, uma Basílica e um Paço Real.
O conjunto monumental de Mafra, reconhecido pela UNESCO como patrimonio da humanidade, é um exemplo extraordinário da arte e arquitectura portuguesa e uma obra verdadeiramente magnifica.
Desde a escolha do arquiteto (Johann Friedrich Ludwig, conhecido como Ludovice, formado em Roma) o projeto se instituiu como uma afirmação internacional da casa reinante portuguesa. O contínuo fascínio que o monarca sentiu por Roma levou-o a contratar importantes artistas para Mafra, que, assim, se transformou num dos mais relevantes locais do Barroco italiano fora de Itália.
Aquando da sagração da Basílica, no dia 22 de outubro de 1730, dia de aniversário do rei, o conjunto não estava ainda concluído, nem todas as obras de arte haviam chegado, mas há muito que o plano estava delineado: um Palácio Real dotado de dois torreões que, funcionando independentemente, eram as câmaras do casal régio; uma Basílica decorada com estátuas dos melhores artistas romanos e com um conjunto inusitado de paramentaria francesa e italiana sem paralelo no país; duas torres na fachada que albergam dois carrilhões mandados construir na Flandres e que constituem um património sineiro único no mundo; uma Biblioteca constituída por obras de grande interesse científico e das poucas que previa a incorporação de “livros proibidos”, bem como um acervo bibliográfico dos séculos XV ao XIX.
Considerada uma das mais belas do mundo, esta biblioteca nasceu no reinado de D. João V, o rei que privilegiava a cultura e o saber.
A maior sala do convento de Mafra está forrada com mais de 40 mil livros, arrumados e alinhados nas estantes em estilo rococó. Encadernações em couro, gravadas a ouro. Numerosas obras foram encomendadas por D. João V, porque o rei queria concentrar neste palácio, que lhe era muito especial, o que de melhor se imprimia no reino e no estrangeiro.
A biblioteca com 88 metros de comprimento e uma planta em cruz, tem um pouco de tudo: obras de medicina, filosofia, literatura, direito, gramáticas e dicionários, enciclopédias de costumes, livros de viagens. Na ala mais a sul estão os temas religiosos, e a norte, no lado oposto, arrumam-se os profanos das ciências puras. Exemplares únicos ou de grande raridade são manuseados com mil cuidados, como é o caso da primeira edição do Alcorão de 1543, da Bíblia poliglota de 1514 ou ainda de uma primeira edição de “Os Lusíadas”. Já a preservação destas obras antiquíssimas está a cargo de um exército de minúsculos morcegos que, durante a noite, caçam os insetos que comem papel, tinta e cola.
O Palácio continuou a desempenhar as funções de Paço Real até ao final da monarquia, tendo mesmo sido em Mafra que D. Manuel II, último rei de Portugal, passou a noite antes de embarcar para o exílio. O Convento foi extinto em 1834 e, desde então, albergou diversas unidades militares que constituem, por si só, outro capítulo da história deste conjunto, pois estão ligadas aos grandes confrontos militares em que Portugal participou e à própria memória do exército português.
A vida de Corte no Palácio de Mafra ao tempo de D. João V foi relativamente escassa, pois o Rei adoeceu gravemente em 1742 e morreu em 1750.
O seu filho D. José I manteve o hábito de vir a Mafra, quase sempre para caçar na Tapada. Mas, como desde o terramoto de 1755 não gostava de habitar em edifícios de pedra, toda a Família Real se instalava numa Barraca edificada junto ao Palácio.
Já no reinado de D. Maria I, as vindas da corte a Mafra prendiam-se com a celebração de festas religiosas ou com o gosto que a Rainha tinha por passear a cavalo na Tapada, hábito que manteve até adoecer, em 1792.
Primitivamente decorado com tapeçarias flamengas, tapetes orientais, o Paço irá sofrer uma profunda modificação por vontade de D. João VI, ainda Príncipe Regente, que encomenda uma campanha de decoração mural em várias salas.
Aqui se instalou toda a Corte no ano de 1806/1807, na atribulada época que precedeu as Invasões Francesas. A necessidade de tornar mais habitáveis os grandes espaços do Palácio levou ainda à divisão de alguns dos grandes espaços em salas mais pequenas, divididas por tabiques de madeira do Brasil “ricamente pintados”.
A partida da Família Real para o Brasil, em 27 de Novembro de 1807, dias antes da chegada das tropas francesas a Lisboa, teve como consequência o empobrecimento de grande parte do recheio do Palácio, transportado para a colónia para serviço da Casa Real e aí tendo sido deixados quando a Corte regressou a Portugal, em Junho de 1821.
Em Dezembro de 1807, as tropas francesas alojaram-se no Palácio sendo, alguns meses depois, substituídos por uma pequena fracção do exército inglês que aqui ficou até Março de 1828.
Após o conturbado período das Lutas Liberais, no reinado de D. Maria II, a Corte retoma o hábito de voltar a Mafra. Seu marido, D. Fernando, verdadeiro pioneiro da defesa do património nacional, realizou diversas obras de recuperação no Real Edifício.
O edifício tem uma presença monumental imponente, fruto do seu projecto arquitectónico excepcional, particularmente a parte central, a Basílica, e uma escolha criteriosa de materiais e de elementos decorativos, que forneceu-lhe um esplendor quase único na Europa do seu dia: mármores policromáticos de diferentes origens; o grupo notável de esculturas no pórtico da Igreja – o maior de seu tipo no mundo, com 58 estátuas de mármore comissionados aos principais escultores romanos de seu tempo; os dois carrilhões, cada um com 48 sinos, de Antuérpia; o agrupamento exclusivo de seis órgãos, com o seu próprio repertório, projectado e construído para o mesmo espaço, entre 1792 e 1807; o Parque de Caça Real, um vasto recinto, amuralhado, com um perímetro de 21 km, em torno de terras agrícolas e florestais, que hoje é uma importante reserva genética ostentando uma diversidade biogenética e variedade de espécies, fruto da considerável quantidade de trabalho que tem sido investido na sua gestão.
No palácio, pode-se visitar a farmácia, com belos potes para medicamentos e alguns instrumentos cirúrgicos, o hospital, com dezasseis cubículos privados de onde os pacientes podiam ver e ouvir missa na capela adjacente, sem saírem das suas camas. No andar de cima, as sumptuosas salas do palácio estendem-se a todo o comprimento da fachada ocidental, com os aposentos do rei numa extremidade e os da rainha na outra, a 232 m de distância, separados por um corredor que é o maior de Europa.
Ao centro, a imponente fachada é valorizada pelas torres da basílica coberta com uma cúpula. O interior da basílica é forrado a mármore e equipado com seis órgãos do princípio do século XIX, com um repertório exclusivo que não pode ser tocado em mais nenhum local do mundo. O átrio da basílica é decorado por belas esculturas italianas. Aqui existiu ainda a Escola de Escultura de Mafra, criada por D. José em 1754, foram muitos os artistas portugueses e estrangeiros que aí estudaram sob a orientação do escultor italiano Alessandro Giusti.
E se a arte aqui exposta não for bastante, ao palácio de Mafra está também ligada uma obra literária do premio Nobel português, José Saramago. Memorial do convento, obra conhecida internacionalmente, onde o escritor cruza a historia, a ficção e o fantastico, com personagens inventadas e figuras históricas com o cenário da construção do Convento de Mafra.