Hoje é o dia dedicado a arte e decidi escrever um artigo sobre uma das obras de arte portuguesas que mais amo.
Trata-se da mais célebre obra da ourivesaria portuguesa, pelo seu mérito artístico e pelo seu significado histórico: a custodia de Belém, exposta no MNAA (Museu Nacional de Arte Antiga) de Lisboa.
Mandada lavrar pelo rei D. Manuel I para o Mosteiro de Santa Maria de Belém (Melhor conhecido como Mosteiro do Jerónimos), a Custódia de Belém é atribuível ao ourives e dramaturgo Gil Vicente.
Foi realizada com o ouro do tributo do Régulo de Quilôa (na atual Tanzânia), em sinal de vassalagem à coroa de Portugal, trazido por Vasco da Gama no regresso da sua segunda viagem à Índia, em 1503, é um bom exemplo do gosto por peças concebidas como microarquitetura no gótico final.
Destinada a guardar e expor à veneração dos fiéis a hóstia consagrada, apresenta, ao centro, os doze apóstolos ajoelhados, sobre eles pairando uma pomba oscilante, em ouro esmaltado a branco, símbolo do Espírito Santo, e, no plano superior, a figura de Deus Pai, que sustenta o globo do Universo, materializando-se deste modo, no sentido ascensional, a representação da Santíssima Trindade.
As esferas armilares, divisas do rei D. Manuel I, que definem o nó, como que a unir dois mundos (o terreno, que se espraia na base, e o sobrenatural, que se eleva na estrutura superior), surgem como a consagração máxima do poder régio nesse momento histórico da expansão oceânica, confirmando o espírito da empresa do Rei que para sempre ficou ligado a época da expansão marítima portuguesa.
Um obra que deixa verdadeiramente sem palavras pela qualidade artística, os materiais e a perfeição da sua realização no mais pequenos detalhes.
O MNAA conserva essa e muitas obras representativas da arte portuguesa e international; um lugar então que os apaixonados de arte não podem faltar de visitar. Melhor ainda si acompanhados para uma histórica de arte apaixonada por esse Museu 😉
Então, o que espera a reservar uma visita comigo?
Sempre que o inverno europeu se aproxima, aumenta a expectativa pelas ondas gigantes de Nazaré que acontecem normalement entre outubro e março. Os melhores surfistas do planeta passam por lá nessa época e proporcionam quebras de recordes todos os anos. Mas o que explica a formação dessas paredes de água em Portugal?
Localizada ao norte de Lisboa, Nazaré recebe as ondulações gigantes geradas nas tempestades do oceano Atlântico, a centenas de quilômetros dali. O que faz com que essas ondas sejam muito maiores na região do que em outros lugares da costa portuguesa é a presença de um cânion submerso, também chamado de canhão – o famoso Canhão da Nazaré.
Canhão da Nazaré
© MAÍRA PABST
“Os cânions são formações geomorfológicas normalmente associadas à erosão da terra provocada por um rio.
Para entender por que o canhão é importante para a formação das ondas gigantes, é preciso entender o contraste entre o fundo do mar das praias de Nazaré e do Norte. Na praia de Nazaré está o canhão, com profundidade que varia de 50 metros a quase 5 mil metros. Enquanto isso, na praia do Norte, o fundo é a plataforma continental, muito mais rasa.
Devido à profundidade, as ondulações que viajam sobre o Canhão da Nazaré não perdem velocidade e tem a sua direção alterada. Já as ondulações que viajam sobre a plataforma continental perdem velocidade e não sofrem alteração de direção. Ambas se encontram em frente ao Farol da Nazaré, a 200 metros da praia. Essa junção faz com que o pico levante ainda mais, fator principal para as condições massivas em Nazaré.
Uns dos records mais conhecidos:
- o americano Garrett McNamara, em 2011 entrou para o Guinness World Records ao ter surfado uma onda de 78 ft (23,8 m)
- 8 de novembro de 2017, o paulista Rodrigo Koxa atingiu a marca de 24,4 metros (80 pés).
- Maya Gabeira renovou o seu próprio recorde do mundo feminino da maior onda surfada, com a Guinness World Records com a marca de 22,4 metros
Hoje fazemos uma viagem à região demarcada de Távora-Varosa, na Beira Alta, a mais antiga do país, para perceber toda a história que existe nas borbulhas do vinho.
Esta história debaixo do chão e termina no auge da festa, porque é afinal a viagem de uma garrafa de espumante. Nenhuma outra bebida passa muito tempo mergulhada na escuridão de uma caverna. É líquido que sela a importância das efemérides e que encorpa os acontecimentos marcantes. Nos últimos anos, ou espumante português começou a perder a vergonha de não ser champanhe e dentrou no mais brilhante período de sua história. Apareceram novos produtores, os mais antigos dão cartas nos concursos internacionais, as vendas não param de crescer.
Em média, necessária – se aqui cinco milhões de garrafas anualmente. A zona foi demarcada em 1989, são 3500 hectares de terrenos, distribuídos por oito concelhos beirões – Tarouca, Lamego, Sernancelhe, Moimenta da Beira, Penedono, Tabuaço, São João da Pesqueira e Armamar. O Juntamente com na Bairrada, é uma região de efervescência por excelência. A partir daqui saem dois ícones da espumantização nacional, Raposeira e Murganheira. Nos vales dos rios Távora e Varosa, dois afluentes da margem esquerda do Douro, percebe – se muito bem o que está a acontecer hoje no mercado nacional dos espumantes.
Acácio Laranjo era um produtor têxtil da região com negócios em França que resolveu trazer com ele um enólogo da Moët & Chandon para desenvolver um produto de grande qualidade. E ao entrar nas cavernas da empresa, percebe imediatamente o caminho que o magnata quis tomar. Debaixo da terra, nos anos 1940, duzentos metros de corredores foram abertos com dinamite no meio do granito. É uma obra impressionante, como paredes azuis das cavernas de Murganheira mantendo uma temperatura constante de 12,3 graus, seja verão ou inverno.
Existem, grosso modo, três sabores de espumante: doce, meio – seco e bruto. Se na Murganheira produz essencialmente brutos, na Raposeira nos doces, mais baratos e com menores risos de erro claramente, porque os licores consequem retificar qualquer falha do produto. Fundadas em 1898, estas são as mais antigas cavernas de espumante do país. São também ou maior centro da produção portuguesa – e tanto a dimensão como a história são compreensíveis ao primeiro impacto.
A Távora – Varosa não é produtora de produtos de milho, mas é aquela que certificou a fábrica de milho expumante, ou seja, como denominação de origem e garantia de qualidade.
A cidade do Porto é conhecida mundialmente pelo vinho com o seu nome (produzido na vale do Douro), pelas pontes e pelo seu centro historico classificado pelo UNESCO como patrimonio da humanidade. Sem esquecer à sua gastronomia!
Mas o que temos que escrever mesmo no nosso plano de visita?
Aqui vão 10 dicas:
1. CONHECER A SÉ CATEDRAL
A Sé é imponente e de rara beleza no seu interior. É para ser vista e admirada sem pressa, bem como o seu claustro, no lado Sul. Na ampla praça da catedral, se tem uma visão privilegiada da cidade, do rio Douro e parte da Ribeira. Pertinho da Sé, estando no Terreiro da Sé, à esquerda, desces uma escadaria e vai conhecer a Igreja de São Lourenço (Séc. XVI), também conhecida como Igreja dos Grilos, em estilo maneirista.
2. VISITAR AS IGREJAS
Igreja dos Grilos
Lá dentro ficarás deslumbrado com a riqueza de detalhes e o belíssimo retábulo de Nossa Senhora da Purificação, em talha dourada. É chamada de Igreja dos Grilos por ter sido, após a expulsão dos Jesuítas, vendida aos Eremitas Descalços de Santo Agostinho, conhecidos como “Frades Grilos”, que ali permaneceram até 1832.
Igreja de Santa Clara
Esta igreja apresenta um grande contraste entre a extrema simplicidade da sua fachada e o luxuoso interior de entalhes em ouro. Impressiona pela suntuosidade e beleza! Fica junto às Muralhas Fernandinas (Séc. XIV), estando bem próxima do Funicular dos Guindais, que liga o bairro da Batalha à Ribeira, na parte baixa da cidade.
Igreja do Carmo e Igreja das Carmelitas (lado a lado), no bairro da Cordoaria
A Igreja do Carmo possui um imenso painel de azulejos na sua lateral externa e a Igreja das Carmelitas, antes anexa ao Convento (convertido em parte de um quartel) também é muito bonita.
Igreja de São Francisco
Impressiona pela riqueza de detalhes recobertos com mais de 200 kg de ouro e a maravilhosa obra “Árvore de Jessé”.
3. PASSEAR PELA RIBEIRA
A Ribeira é uma area que fica perto do Rio Douro, no centro histórico de Porto. De lá podes ver as caves de vinho e a ponte Luís I. Um lugar de grande charme com as casas coloridas que disputam espaço, no meio das ruas estreitas, com lojas, restaurantes e gente caminhando.
4. VISITAR O PALÁCIO DA BOLSA
Este palácio foi construído no lugar do antigo Mosteiro de São Francisco. Não percas a sala arabe com decorações em ouro e estilo oriental
5.APANHAR O ELETRICO ATÉ O OCEANO
Apanha o elétrico linha 1 da Ribeira até à Foz do rio Douro. É uma viagem curta – cerca de 20 minutos – mas muito bonita.
Atenção: não é um transporte barato pois o bilhete do elétrico custa mais do dobro de um bilhete de autocarro ou de metro.
6. CONHECER A FUNDAÇÃO SERRALVES E O MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA
A fundação cultural é uma das mais importantes de Portugal e o museu é o mais visitado em todo o país. O prédio mistura arquitetura contemporânea com Art Decò e toques de modernismo.
7. COMER UMA FRANCESINHA
Procura uma verdadeira tasca para experimentar um prato inesquecível: a Francesinha. Inspirado na tosta francesa, com vario tipos de carne no recheio e queijo derretido e ovo estrelado em cima. Todo mergulhado num molho extraordinário e acompanhado de batatas fritas.
8.BEBER UM CAFÉ NO CAFÉ MAJESTIC (na Rua Santa Catarina)
Com certeza uma experiencia turística, mas este café vale a pena de uma visita para observar a sua arquitectura de identidade Arte Nova. En 2011 foi considerado um dos cafés mais bonitos do mundo.
9. PASSEAR EM VILA NOVA DE GAIA
Desde Porto, podes cruzar a ponte Luis I à pé. Vai para Vila Nova de Gaia pela parte superior e aproveita para fazer fotos fantásticas! Chegando em Gaia, do lado esquerdo, vê-se, em destaque, o Mosteiro da Serra do Pilar, outra visita inesquecível. E para numa das cavas de vinho de Porto para uma visita e uma degustação.
10.PASSEAR NO MERCADO DE BOLHÃO
Um dos mercados mais emblematico da cidade do Porto. O mercado é vocacionado sobretudo para produtos frescos, sobretudo alimentares.
Se queres visitar a capital de Portugal, neste artigo vou dar-te umas dicas de como aproveitar Lisboa da melhor forma possível.
Lisboa atrai visitantes pela sua história, mas também pela sua oferta turística variada, capaz de agradar qualquer estilo de viajante.
Passeios, gastronomia, praias, museus, monumentos históricos e natureza.
Para que a tua experiência na cidade das sete colinas seja bem aproveitada, aqui vão dez dicas essenciais
1. Como chegar
A cidade é bem servida de transportes públicos, com linhas de métro e autocarros que abrangem toda a área urbana. Para quem chega pelo aeroporto, basta seguir as placas indicativas, adquirir numa máquina o cartão individual do transporte (viva viagem) e carregá-lo conforme a opção desejada. É só validar o cartão e embarcar. A linha que sai do aeroporto é a vermelha, que cruza com as demais.
Dica importante: Lisboa é conhecida como a cidade das sete colinas. Considera isso no momento de preparar a bagagem e também escolher o local de hospedagem. E não esquecer sapatos confortáveis!
2. Onde ficar
Se estás à procura de um lugar bem animado à noite, podes procurar o Bairro alto, enquanto a Baixa, é o bairro mais turistico mas também bem perto dos principais pontos turísticos da cidade. Outro bairro onde sugiro ficar é Alfama, a zona mais antiga da cidade.
Para quem prefere praia, há opções nas cidades próximas de Lisboa, que pertencem ao mesmo distrito e, portanto, contam com uma boa oferta de transporte público, tornando fácil o deslocamento, por exemplo Cascais, ou a Costa de Caparica, para que gosta de surf.
3. O que comer
Os clássicos merecem toda a atenção. Pastel de Belém (em Belém) — ou pastéis de nata (no resto da cidade)—, pastel de bacalhau ou pratos típicos como o Bacalhau à Brás ou Polvo a lagareiro (ficando de preferencia longe da rua Augusta, para evitar armadilhas para turistas).
Para quem procura conceitos mais modernos, uma ótima opção é o LX Factory.
4. A noite lisboeta
Cosmopolita, Lisboa reúne aventureiros de países diversos, que saem para beber uma imperial (é como se chama uma cerveja) durante a noite. Os pontos de maior concentração são a Pink Street, rodeada por bares com propostas diversificadas, como o Menina e Moça, que durante o dia funciona também como livraria, e a Pensão do Amor, um antigo bordel transformado em bar e discoteca.
Há ainda a zona do Cais do Sodré, com festas animadas e uma bela vista para o Tejo. O Bairro Alto é o ponto de efervescência, com ruas lotadas e muita animação. Para quem busca uma experiência mais autêntica, a pedida é se perder pelas ruelas de Alfama e acabar em um dos tantos espétaculos de fado que lá ocorrem.
5. Paragens obrigatórias
Não deixe de tê-los no seu roteiro:
- Praça do Comércio ou Terreiro do Paço e Cais das colunas
É uma das maiores praças da Europa e foi por muitos anos espaço nobre da cidade, com palácios e sedes de instituições importantes. Era também a entrada de pessoas da nobreza, que desembarcavam no Cais das Colunas.
- Arco da Rua Augusta (e Rua Augusta)
A Rua Augusta é super movimentada, cheia de lojas e restaurantes e também muitos artistas de rua. É curioso ver como cada um encontra a sua forma de ganhar a vida na cidade.
Para subir no Arco, o custo é baixo (2,5€) e o ideal é ir no final da tarde, para ter uma vista incrível do pôr do sol. É um ponto alto, dá pra ver também um pouco de Lisboa e, claro, o Tejo.
- Chiado e Alfama
Estes são dois dos bairros mais tradicionais de Lisboa. O primeiro é onde circulava toda a aura cultural da cidade, com escritores, poetas e demais artistas que se inspiraram neste ar especial que só o Chiado tem e criaram suas obras a partir disso. Alfama tem preservadas casas de antes do terremoto que quase destruiu a capital por inteiro. Ruas pequenas onde é fácil perder-se (e também encontrar-se) são um charme a parte
– Elevadores e miradouros
Localizados em vários pontos, oferecem vistas únicas de Lisboa, com ângulos especiais.
6. Belém
Esta é outra região essencial que garante um dia bem aproveitado com visita ao Mosteiro dos Jerônimos, Torre de Belém, Padrão dos Descobrimentos, Museu Coleção Berardo, Praça do Império e o famoso Pastel de Belém. Para chegar, basta utilizar o elétrico 15E, que sai da Praça do Comércio ou Praça da Figueira.
7. Parque das Nações
Fugindo um pouco da aura cultural e histórica, há ainda o moderno Parque das Nações, com um teleférico, sendo que o grande destaque fica por conta do Oceanário. O espaço é muito bem organizado e oferece a oportunidade de ver tubarões e tantos outros peixes exóticos, grandes ou pequenos, de perto. Podes ficar à vontade lá, inclusive sentando em frente ao aquário gigante e olhando o ir e vir dos moradores aquáticos.
8. Praias
Com acesso fácil por autocarro ou comboio, as praias na região de Lisboa também devem ser exploradas. Na margem sul do Tejo, as opções são a Costa da Caparica e Setúbal, com paisagens de tirar o fôlego.
Já na mesma linha, tem opções igualmente incríveis, como Cascais, Carcavelos, Parede e Oeiras. Cada praia tem seu encanto, com rochedos à beira mar e água cristalina.
O único senão é que a água é gelada, mas, claro, vale o mergulho.
9. Destinações únicas a poucos kms de Lisboa:
– Sintra, patrimonio da humanidade, fica a 35 minutos de comboio de Lisboa (estação de Rossio). Aqui podem visitar o palácio da pena, o antigo palácio da vila, a esoterica quinta da Regaleira, e muito mais.
- Para quem procura um destino religioso, podem chegar a Fatima em autocarro em circa uma hora e meia desde a estação rodoviária de Sete Rios
- Se estão à procura de lugares históricos verdadeiramente inesquecíveis, podem alugar um carro e visitar os mosteiros da Batalha e Alcobaça a mais ou menos uma hora e meia de Lisboa.
10. Visita Lisboa comigo 😉
Se quiseres aproveitar da cidade, conhecer lugares menos turísticos e viver essa experiencia em completo relax sem o stress de planear, então confia-me a organização da tua viagem. Vamos descobrir Lisboa juntos para uma experiencia autentica e inesquecível.
D. Afonso VI é um dos representantes portugueses dos escândalos que envolvem a monarquia.
D. Afonso VI ficou consagrado como “O Vitorioso” na História da Monarquia portuguesa, porque foi no seu reinado que aconteceram as batalhas decisivas durante a guerra de restauração que acabou em 1668 com a independência de Portugal do reino espanhol.
Mas se por um lado ele manejava bem a espada no campo de batalha, com as mulheres não tinha o mesmo talento.
Mas vamos com ordem.
D Afonso era filho de D. João IV e de D. Luísa de Gusmão. Atacado na infância por doença não identificada, fica mental e fisicamente diminuído. Com a morte de seu irmão D. Teodósio e de seu pai, sobe ao trono com treze anos, pelo que a regência ficou entregue a sua mãe. O rei foi crescendo, rebelde a toda a acção educadora, levando uma vida desregrada e manifestando-se perfeitamente incapaz para assumir as responsabilidades do governo.
Um dos seus companheiros, na vida de arruaceiro que levava, António Conti, insinuou-se-lhe de tal maneira que em breve passou a viver no Paço, a convite de D. Afonso VI e a ter influência nos negócios do governo do reino. O escândalo aumentou a um ponto que D. Luísa de Gusmão fez jurar herdeiro do trono o infante D. Pedro, irmão mais novo de D Afonso, e António Conti foi preso.
Entretanto, o conde de Castelo Melhor, conselheiro do rei e primeiro-ministro, executou um golpe de Estado, compelindo D. Luísa, a entregar o governo a D. Afonso VI e forçando-a a retirar-se para um convento.
Nas boas graças do rei,, lança-se na sua curta a brilhante carreira política, terminando vitoriosamente com a guerra da Restauração e conseguindo casar D. Afonso com Maria Francisca Isabel de Saboia que muito rapidamente entrou em conflito con o conde, e ajudou o cunhado D Pedro a afastar do governo o seu proprio marido.
Para consegui-lo, pediu de anular o casamento, acusando o rei de impotencia. Durante o processo, bem 14 mulheres participaram como testemunhas.
D. Afonso VI viveu então a humilhação de ter essas catorze mulheres a testemunharem a sua incapacidade na cama!
No espaço temporal balizado entre 9 de janeiro e 23 de fevereiro do ano de 1668, ocorreram audiências públicas que visaram avaliar uma possível incapacidade sexual do Rei D. Afonso VI. O momento histórico ocorreu no paço do arcebispo de Lisboa. Foram chamadas para depor 55 testemunhas, distribuídas por segundas, quartas e sábados, sempre à tarde.
A rainha refugiou-se no Convento da Esperança, tendo designado como procurador no processo, o duque de Cadaval.
Não faltaram detalhes primorosos que estão presentes num manuscrito na Torre do Tombo que foi publicado por António Baião, no ano de 1925. Intitulado Causa de nulidade de matrimónio entre a rainha D. Maria Francisca Isabel de Saboya e o Rei D. Afonso VI, este documento revelou os depoimentos das suas 14 parceiras.
Nenhuma das mulheres defendeu D. Afonso VI.
Aliás, ninguém compareceu nas audiências para defender D. Afonso que, posteriormente, foi deposto por decisão do Conselho de Estado.
Com uma nova conspiração no paço, resultou a abdicação de D. Afonso VI. D. Pedro toma as rédeas do poder, casou com a cunhada, depois da anulação do casamento desta com D. Afonso e este último foi desterrado para Angra do Heroísmo em 1669, donde regressou em 1674, sendo então encerrado no Palácio de Sintra, onde ainda podem visitar o seu quarto-prisão, até à sua morte.
D.Pedro II foi coroado Rei, e cumpriu bem com o seu papel com D. Maria Francisca. 9 meses depois nasceu uma princesa, Isabel Luísa.
O primeiro de novembro 1755 uma catástrofe chocou o mundo: o terramoto de Lisboa. O desastre monumental inspirou poetas, interessou filósofos, irou profetas e motivou políticos. O epicentro do Império Português era reduzido à insignificância da obra humana: num sopro, todas as maravilhas da técnica e do progresso aluíam como construções de crianças.
A Lisboa do século XVIII era uma cidade com ares de cidade medieval, cheio de ruas pequenas, sinuosas e sujas. Os relatos contam que, por volta das 9h30, a cidade foi sacudida por um terremoto de grandes proporções.
O efeito do terremoto em uma cidade nessa condição foi devastador, e os relatos contam que os tremores estenderam-se por até sete minutos, embora existam relatos que sugerem que podem ter se estendido por 15 minutos. O epicentro desse terremoto estava cerca de 200 km a 300 km de Lisboa, mais precisamente a sudoeste de Portugal continental, no meio do Oceano Atlântico. Estudos atuais calculam que o tremor de 1755 tenha alcançado o nível 8.9 na escala Richter (a escala vai até 10).
A magnitude desse terremoto contribuiu para a destruição total da cidade.
E como se não for bastante, pois era o dia de todos os Santos, nas igrejas, preparadas com as velas para as cerimonias do dia, começaram incêndios que acabaram para queimar na cidade para cinco dias.
Como é obvio, ninguém consegui uma explicação cientifica ao que estava a acontecer, e o que pensaram foi na ira divina. A unica possibilidade era fugir.
Muitas pessoas em meio ao desespero e fugindo dos desabamentos e incêndios que atingiam outras partes da cidade fugiram para Baixa de Lisboa. Lá, essas pessoas foram atingidas para três tsunami que afetaram toda aquela região.
Assim, muitos dos que não morreram nos desabamentos e nos incêndios morreram com o efeito do tsunami que alagou essa parte de Lisboa. A respeito do terremoto, o historiador João Lúcio de Azevedo narrou o seguinte:
Nos altares oscilam as imagens; as paredes bailam; dessoldam-se traves e colunas; ruem as paredes com o som calvo da caliça que esboroa, e de corpos humanos esmagados; no chão onde os mortos repousam aluem os covais, para tragar os vivos […]. O horror todo do inferno em ais e tormentos. Fuga desordenada com atropelos fatais, e o tropeçar continuo em pedras e cadáveres […]. Por toda a parte ruínas|1|.
Na época, Lisboa possuía cerca de 200 mil habitantes e o número de mortos varia bastante, pois existem os que apontam cerca de 10 mil mortos, enquanto outros sugerem mais de 50 mil mortos no desastre.
Além das vidas humanas, a destruição material foi enorme. A Biblioteca Real foi destruída com mais de 70 mil volumes de itens lá armazenados. A Ópera do Tejo, inaugurada naquele ano, foi destruída e foram enumeradas a destruição de 35 igrejas, 55 palácios e em toda a cidade acredita-se que cerca de 10 mil edifícios foram reduzidos a ruínas.
Reconstrução de Lisboa
As ações de emergência após o terremoto foram tomadas de imediato por meio da ação de Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro marquês de Pombal. As obras de reconstrução da cidade estenderam-se até meados do século XIX.
A primeira grande ação tomada era a de evitar a proliferação de doenças e, assim, era necessário enterrar os mortos. Grande parte dos corpos foi incinerado com os gigantescos incêndios que espalharam-se por Lisboa, mas muitos ficaram abaixo das ruínas. Para se livrar dos corpos, os mortos foram enterrados em valas comuns e muitos foram lançados no mar com pesos atados para que afundassem.
Uma providência tomada para conter a proliferação do caos trazido pelo terremoto foi o de evitar os saques. Isso inclusive fazia parte de uma lista de catorze providências adotadas por ordem de Carvalho e Melo. Os que fossem capturados saqueando alguma residência eram enforcados pelas tropas do Reino.
Os prédios que foram reconstruídos tinham diretrizes rígidas a serem seguidas com previsão de multa para o caso de não cumprimento.
A Baixa de Lisboa, a área mais destruída, ficou conhecida como Baixa Pombalina e recebeu uma grande inovação para a época: os edifícios projetados receberam uma estrutura antissísmica. Essa estrutura ficou conhecida como “gaiola pombalina”. Essa técnica consistia em incorporar uma estrutura de madeira junto das paredes de alvenaria.
O rei português – d. José I – passou a sofrer o resto dos seus dias com claustrofobia. Ele sobreviveu ao desastre, porque na hora do terremoto estava nos arredores de Lisboa , em Belém. A visão da destruição e os relatos de milhares de pessoas mortas soterradas fizeram com que o rei temesse viver em locais fechados.
D. José I foi rei de Portugal até 1777 e até o fim de seus dias viveu em um complexo de tendas construído em um local de Lisboa chamado Alto da Ajuda. Esse local foi escolhido por ser elevado e ter sofrido pouca destruição e as tendas construídas lá ficaram conhecidas como Real Barraca da Ajuda. Esse complexo existiu até o fim do século XVIII, quando um incêndio o destruiu.
No video aqui em baixo uma reconstrução do que aconteceu neste mesmo dia, há 265 anos.