By : Dezembro 27th, 2021 #umdiadecadavez 0 Comments

A nossa próxima história nos leva a um mundo muito especial, o mundo em miniatura da loja de Carlos.

Natural de Viana do Castelo, na bela região do Minho, Carlos Guimarães abre as portas da sua loja, na zona dos Casais de Mem Martins, nos arredores de Sintra.

Amantes da modelagem, mas não só, certamente ficarão maravilhados ao ver o mundo que se esconde nesta loja.

A paixão de Carlos pela modelagem sempre a carregou dentro dele, um mundo capaz de fazer sonhar jovens e velhos.

O pai de Carlos tinha uma loja de brinquedos e ele importava de diversos países. Na época, Carlos, de dezesseis anos e já um grande amante da modelagem e das novas tecnologias, começou a tentar persuadi-lo a introduzir alguns objetos de modelagem na sua loja.

A primeira loja será em Lisboa, na Praça do Rossio, onde os brinquedos do pai se combinam com os modelos do filho.

A paixão por este mundo acompanhará sempre Carlos, que mesmo continuando a trabalhar noutras áreas, faz deste mundo “em miniatura” o seu oásis.

“Aqui me divirto, não trabalho”, ele me diz. E isso é imediatamente percebido, principalmente quando, com o ar impaciente de uma criança, nos conduz pelos corredores da sua loja para descobrir este mundo que tanto o fascina.

Uma verdadeira visita guiada entre modelos de todos os tipos, dos mais simples aos mais sofisticados, dos que estão ao alcance de todos, aos dos verdadeiros amadores dispostos a investir uma verdadeira fortuna.

As primeiras salas que nos mostra são as de carros e motocicletas, completas com controle remoto. Assim que entramos, Carlos mostra-nos orgulhosamente a caixa de uma maquete de colecionador da qual recebeu três exemplares. “É uma edição limitada”, explica. E apenas algumas lojas de modelos no mundo receberam alguns.

Passamos entre prateleiras de todo tipo de peças sobressalentes, perfeitamente idênticas às reais, mas muito menores. E se houver sobressalentes, baterias e ferramentas, haverá também a oficina … E lá está, a área de reparos, com também um espaço coberto por um pano branco, uma lâmpada e a reprodução de um miniconjunto fotográfico, onde Carlos fotografa os novos modelos adquiridos.

São carros de todas as épocas e modelos, com comando à distância e suspensões, que atingem velocidades verdadeiramente notáveis. Carlos explica que há concursos e que alguns entusiastas conseguem criar uma verdadeira garagem de imenso valor recolhendo mais modelos.

Mas saindo desta sala para a próxima, somos surpreendidos por um avião, perfeito em todos os detalhes, e Carlos nos explica que são aviões que podem voar perfeitamente e que participam do evento Aeromania.


Carlos explica que em Sintra, perto da Força Aérea, existe uma base aérea onde se podem pilotar estes aviões em miniatura a partir dos 17 anos.

Carlos diz que a proximidade da base aérea com a área da Força Aérea não é acidental porque muitos jovens, apaixonados por voar, passam da experiência de voar com seu avião para a dum avião de verdade. O Carlos dos meninos daquela base acompanhou muitos deles, ensinando-os a pilotar essas “miniaturas perfeitas”. E, a esse respeito, ele nos conta uma história verdadeiramente incrível. Durante uma viagem, quando estava prestes a embarcar para Dubai, um jovem da força aérea se aproximou dele cumprimentando-o e chamando-o pelo nome. Carlos ficou surpreso, não o reconhecendo. Em seguida, ele se apresentou como “Franceschino”. Carlos a essa altura disse que entendia ainda menos, já que era um nome de bebé e aquele homem tinha lhe falado que sim, era um nome para uma criança, porque assim o chamava Carlos quando Francisco, então menino, aprendeu a pilotar um avião “em miniatura” com ele, dando origem à paixão que então continuou a cultivar na idade adulta.

A nossa viagem continua entre pequenas obras de arte reais como as que ficaram em montra e que foram apresentadas no kit hobby turismo de Lisboa que se realiza anualmente no mês de Outubro.

Na sala seguinte estão os barcos, modernos mas também verdadeiros galeões e Carlos mostra-nos um com canhões de bronze e tábuas de madeira verdadeiras, em número igual ao da nave que reproduz. É um navio da época da expansão marítima portuguesa. 370 peças, 6 meses de trabalho de construção e um custo de 1800 €. Essas obras, explica Carlos, passam de geração em geração. Até as velas foram tratadas com água e sal para recriar um efeito de cristais que brilham como estrelas como se fazia com os navios da época, conta-nos Carlos, para incentivar a tripulação a continuar a viajar.

Claro, também há espaço para o Diecast, o que costumamos chamar de modelagem. Neste caso não há para construir, mas sim para colectar e cada objeto possui um pequeno certificado com o número de serie a ser zelosamente guardada. Entre os objetos que as motocicletas e miniaturas de Valentino Rossi, que ele não pode deixar de nos mostrar, também está um objeto verdadeiramente inusitado: a reprodução dos caminhões que transportam a vacina, a um preço baixo mas que com o tempo e a demanda pode aumentar de valor. Afinal, essa é a lei do mercado que regulamenta o valor desses colecionáveis.

Objetos que vêm da Itália, Alemanha, EUA, Rússia, Ucrânia … e outros países. Um tour pelo mundo real em alguma sala.

Mas o que mais me impressiona nesta visita guiada que Carlos nos faz da sua loja é a paixão com que nos conta e o facto de que para cada objecto, para cada reprodução, Carlos é capaz de nos contar a história do acontecimento que o objeto recriou. É como assistir a uma aula de história, caminhando por este mundo em miniatura.

E há algo para todos, da Batalha de Waterloo ao Reichstag.

Obviamente não faltam objetos, miniaturas de árvores e flores, personagens também usados ​​para projetos de arquitetura, e pequenas recriações, com representações de cada momento da vida humana.


Carlos realmente nos levou a uma realidade diferente, feita de história, mas também de muita fantasia. E o que realmente nos impressiona é sua grande paixão, a forma como os seus olhos brilham enquanto ele descreve o seu mundo, peça por peça.

O seu evento imperdível é obviamente a feira de Nuremberga, onde todos os anos Carlos também participa como assessor de imprensa da sua revista Hobby. Em 55 anos, ele faleceu apenas duas vezes; um compromisso fixo para ele.

Mas Carlos ainda tem outros mundos ocultos e talentos para contar. Descobrimos que as fotos na sua revista são dele. E que por trás da paixão que nos contou esconde um passado como fotógrafo.

 Anos atrás, em Paris, fez um curso de fotografia e cinema e acabou trabalhando para a Playboy. Conta que, para encontrar novas modelos, foi ao Centro da cidade ao Café de la Paix, onde as raparigas que procuravam trabalho de modelo ficaram atentas à presença de um fotógrafo. E aí Carlos só teve que colocar sua câmera em cima da mesa, e pronto. Pediam para fazer um álbum de fotos e ele se tornava um caçador de talentos.

E Paris não será o seu único destino. Convidado para um evento fotográfico no Brasil, ele volta uma segunda vez para um ano e meio de trabalho de reportagem na Amazônia.

 

E se a fotografia o tinha trazido até lá, as vídeo-reportagens o viam como o protagonista de serviços também feitos para a RTP. Ele nos conta sobre uma reportagem ligada à guerra de ultramar que acabou para colectar imagens um tanto chocantes que no final não puderam ser transmitidas. E algum tempo depois essas mesmas imagens, num concurso na Espanha, renderam-lhe um importante prémio jornalístico.

Resumidamente. Carlos nunca para de nos surpreender, uma vida que valeria a pena um livro. Mas mesmo diante de tantas aventuras, ele prefere voltar ao seu mundo em miniatura, um pouco como uma versão masculina de Alice, que “se encolhe” para voltar ao seu país das maravilhas, que para Carlos é um mundo feito de transportes, paisagens e caracteres., que muitas vezes pode segurar na palma da sua mão.

By : Dezembro 12th, 2021 #umdiadecadavez 0 Comments

Para contar a próxima história, páginas e páginas não seriam suficientes, pois são tantas as coisas, experiências, facetas da pessoa que estou prestes a apresentar. E mesmo com tantas palavras, provavelmente não seria capaz de transmitir totalmente a extraordinária energia que emana.

Esta é Glow.

Assim que nos sentamos para conversar, apaixonadas por brincos como sou, não posso deixar de notar os que ela usa, absolutamente originais. E Glow me explica que os fez com uma impressora 3D e com uma resina biodegradável especial de milho e cana-de-açúcar. Já me conquistou.

Ele me conta que, quando começar a conhecer a sua história, também entenderei como surgiu a ideia e essa forma de arte.

“Infância”

A Glow nasceu no Brasil, em São Paulo. A melhor lembrança de sua infância é a fazenda de sua avó, perto de um rio, rodeada pela natureza, sem nenhum contacto com o mundo moderno. Uma memória que provavelmente influenciou muito a sua atual sensibilidade ao meio ambiente.

Aos 6 anos e até aos 8 anos mais ou menos, passa a viver sozinha com a mãe, visto que o seu pai sai do Brasil para trabalhar em Portugal e noutros países.

Os seus pais abriram negócios, lojas que vendem revistas, livros, mas também pequenos produtos alimentares. Infelizmente, as suas várias tentativas comerciais sempre terminaram em fracasso.

Mas é justamente por meio de livros e ilustrações que Glow tem o seu primeiro contato com a arte que a impressiona de imediato.

A sua infância será no Brasil, mas por volta dos onze anos chega ao pai, que entretanto tem outra família em Portugal e vai viver com ele, a sua nova mulher e a filha no Ribatejo.

Não será uma convivência fácil.

Glow me diz algo que me impressiona muito e, no decorrer de nossa entrevista, repete isso com frequência. O que mais me impressiona, na verdade, é que diz isso com um sorriso e serenidade.

Ela me diz que os seus pais são pessoas “emocionalmente independentes”, enquanto ela era uma pessoa “emocionalmente dependente”. Sempre buscou a aprovação dos seus pais, a clássica “tapinha nas costas” diante da suas escolhas, um “bom” dito na hora certa, mas que muitas vezes não chegou.

“A descoberta de si propria”

Um período de autodescoberta também começa para Glow. Começa a se questionar sobre a sua identidade de gênero. E também passa a expressar esse momento de descoberta por meio de uma nova forma de ser e se apresentar. Mas tem que lidar com um ambiente muito conservador, ainda mais numa pequena aldeia, onde o seu próprio pai, como estrangeiro, foi alvo de discriminação.

A reação de Glow será parar de se expressar como gostaria, para tentar se proteger.

Por volta dos 15/16 anos um novo desafio: decide iscriver-se na faculdade de marketing digital e publicidade. Começa a conhecer o ambiente de marketing e audiovisual e começa a experimentar novas formas de expressão por meio de imagens e sons que se tornam uma nova saída para Glow e uma nova forma de falar de si.

Nesse período também começa a escrever poesia. Também passa a frequentar o círculo de poetas de Santarém e um dos seus poemas será também escolhido para ser inserido num livro.

É uma forma de Glow expressar os seus sentimentos, aqueles sentimentos que aprende cedo demais a esconder. Se define como uma criança solitária. Mas não diz isso com amargura ou raiva para com os seus pais. Pelo contrário. Explica que no começo havia raiva, mas que hoje há compreensão do que era, que entendeu que cada um de nós é feito à sua maneira e que os seus pais são independentes e não poderiam dar a Glow a aprovação de que precisava. Então, a certa altura,  parou e entendeu que o apoio de que precisava tinha que ser buscado dentro de si propria.

“Independência”

Uma grande mudança acontece quando Glow tem dezesseis anos. No caminho para casa com o pai e a esposa, inicia uma conversa com os dois que leva a uma discussão. Nesse ponto, Glow pede para parar o carro e desce, no meio da estrada. Moravam a 40 km de Santarém e o caminho para casa ainda era bastante longo. O seu pai achou que a encontrará em casa, mas Glow nunca irá para casa. Vai se refugiar com uma amiga onde vai morar por um tempo.


É neste período que Glow começa a “questionar-se sobre o seu Modus Operandi”, sobretudo se questiona sobre como realmente queria ser visto pelos outros, qual era a imagem de si propria que realmente queria dar.

No final do ensino médio, outra mudança, desta vez ditada pelo coração. Apaixonada por um rapaz, segue-o até Peniche onde trabalha numa oficina. “Eu nunca faria isso de novo”, me diz. E não fala do trabalhar em oficina, porque o trabalho não a assusta, mas em mudar de cidade para seguir alguém, porque as escolhas têm que ser feitas sempre para nos próprios e não em função dos outros.

Nesse ponto, Glow percebe que precisa de um ambiente diferente, uma cidade maior na qual se sinta livre para se expressar. E é aí que chega a Lisboa, há cerca de sete anos. E é aqui em Lisboa que começa com um conjunto de experiências, algumas bastante decisivas para as suas escolhas futuras.

“Se Expressar”

No início é o trabalho num bar de uma discoteca onde acontecem shows de Drag Queens. Uma descoberta. Glow começa a ficar fascinada por este mundo e decide que pode ser a maneira que ela precisa para se expressar. Decide começar a fazer pequenas apresentações de rua. Uma verdadeira mudança para a Glow que na época ainda usava roupas masculinas. Mas para essas performances, usa o papel duma drag queen, um vestido de scena, uma peruca. E todos os dias vestida assim percorre o caminho entre a sua casa e a área onde faz o seu espetáculo.

E daquele caminho Glow se lembra bem, mas acima de tudo, me conta, se lembra da humilhação que sentia ao percorrê-lo, todos os dias.

Esta fase de sua vida, Glow a vê como um momento de reflexão. O trabalho foi extremamente cansativo, das 22h às 7 / 8h da manhã para ganhar 25 €, por noite e não por hora. Mas Glow me diz que isso deu-lhe  uma nova perspectiva de vida. E também permitiu que tivesse um primeiro contato com a comunidade LGBT (sigla para Lesbian, Gay, Bisexual and Transgender, ed.).

Então será a vez dum emprego num bar gay para um público estritamente masculino, onde todas as noites havia um “tema especial” a seguir. Glow faz questão de me explicar como funcionava porque as primeiras impressões podem ser negativas. E me confessa que ela mesma tinha muitos preconceitos sobre isso. Mais uma vez ele trabalha no bar. Mas todas as noites testemunha a rotina deste lugar que a impressiona um pouco no início, mas depois a faz pensar. Olhando para o público que chega, entende quantas pessoas há que precisam de um lugar “secreto” para poder se expressar livremente, sem serem julgadas.

 

Glow começa a questionar-se sobre a sua personalidade, começa a se fazer muitas perguntas, ela aprende a ter orgulho no seu corpo e percebe que não sabe mais o quanto de Drag Queen Glow realmente é e o quanto ela é apenas uma personagem. Portanto, Glow deixa o papel de Drag para meditar no assunto.

E parte para a Espanha, onde trabalha na recepção de um hotel inaugurado num antigo convento.

Nesse ínterim, também começa a gravar podcasts  sobre questões do cotidiano que muitas vezes são tabu.

E especialmente neste período encontra o seu pai novamente.

Para a Glow, é um ponto de viragem importante. Me explica que durante todos esses anos foi como se não pudesse continuar, justamente porque essa parte da sua vida e a relação com o seu pai haviam sido suspensas. Revê-lo, falar com ele, para Glow era uma forma de fechar um ciclo. Ela não está mais com raiva, ela os aceitou. Os seus pais simplesmente não podem mostrar o seu afeto por ela da maneira que ela gostaria. Glow lembra-se, por exemplo, de quando, escolhida do ciclo de poetas de Santarém, o pai não entrou na sala para a apoiar, mas sabia que ele estava feliz por ela. A sua mãe a ouve ao telefone de vez em quando, mas não a vê há treze anos. Eles querem que ela fique bem, e ela sabe disso.

“A arte”

Glow está no auge da sua expressão artística: grava vídeos no Instagram, começa a assumir um estilo feminino. Com a chegada da pandemia Glow começa a se sentir mais isolada. Até descobrir um espaço em Lisboa para reuniões de Voguing. (Na década de 1920 em Nova York, a comunidade LGBT encontrou refúgio nos chamados Ballrooms. Muito além de uma simples festa, era e ainda é um espaço acolhedor, um lugar seguro onde essas pessoas que viviam diariamente à margem da sociedade podiam, em pelo menos por uma noite, sentir-se bem consigo próprios. O Voguing tem as suas origens nos Ballrooms de Nova York dos anos 1920, tendo sido criado pelas comunidades negras e queer latinas do Harlem. É um estilo de dança inspirado em poses que as modelos usavam no páginas da Vogue, e também influenciada pelos antigos hieróglifos egípcios e movimentos ginásticos, ed) E nestes ambientes de Lisboa, Glow começa também a descobrir a dança, uma nova expressão artística.


E aqui está a Glow que vemos agora, uma grande mulher, o resultado de todas essas experiências.

Hoje também se dedica muito às questões ambientais e é desta nova disputa que nasce a Glow Oficina na qual se dedica à criação de arte sustentável.

Para Glow, a arte deve ser “livre de resíduos”, uma arte totalmente sustentável. Diz que para reduzir o impacto no planeta devemos ser os primeiros a mudar. E a Glow tenta fazê-lo por meio da suas criações, com roupas doadas ou usadas, por meio de novos hábitos alimentares. Mas a arte de Glow tem muitas facetas.

Na sua mais recente casa em Alfama, Glow começa com cartazes sobre vários temas pendurados na sua varanda. A ideia é fazer da sua casa um galeria de arte viva. E me mostra o trabalho inspirado na obra de Linn da Quebrada (artista brasileira) e a sua primeira performance dedicada ao mito de Lillith (a primeira mulher, antes de Eva, nascida igual a Adão e não criada por sua costela , ed). Por meio duma exposição itinerante na sua casa, incluindo pinturas, vídeos e imagens e sons, Glow conta essa história.

Mas uma peça ainda falta. Glow compra uma impressora 3D e começa a fazer objetos com materiais recicláveis. E volta a escrever poesia. Hoje, me diz, entendeu que nenhuma de suas formas de expressão, para se manter livre, pode ser fonte de rendimento.

E agora?

“O futuro”

Vendeu tudo, comprou uma câmera para filmar a sua vida e enviou um pedido de voluntariado na Itália. Neste momento em que estão a ler a sua história, a Glow está em Catania, onde se dedica ao apoio social aos mais necessitados.

Tem muitos projetos, mas vai pensar nisso dia a dia, talvez uma performance que abarque todas as suas artes.

Antes de ir embora me diz que não adianta esperar que os outros mudem, somos nós que mudamos e é essa mudança que conta. Só assim impactamos a sociedade, muito mais do que construir um personagem nas redes sociais.

Hoje Glow tenta viver de uma forma mais leve, sem esperar muito, sem pedir muito de si propria, mantendo-se pró-ativa e continuando a contar a sua verdade.