O Azeite portugûes: um verdadeiro oro líquido

By : Maio 27th, 2021 Gastronomia 0 Comments

Em Portugal, os vestígios da presença da oliveira datam da Idade do Bronze, mas só nos séculos XV e XVI o seu cultivo se generaliza a todo o país.

A produção de azeite, em Portugal, conhece nas primeiras décadas do século XXI uma fase sem precedentes na sua história. 

As regiões de Trás-os-Montes e do Alentejo representam as duas faces da olivicultura portuguesa, numa altura em que a qualidade do azeite tem revalorizado a imagem do mundo rural. 

Portugal difere nos seus azeites nas regiões de Trás-os-Montes, Beira Alta, Beira Baixa, Ribatejo, Norte Alentejano, Alentejano Interior e Moura, onde existe a maior cooperativa nacional de olivicultores. Mas afinal como se distingue um azeite? Pela acidez, pelo aroma, pelo sabor que pode ser mais frutado, amargo ou picante. Não tanto pela cor, como antigamente, por isso hoje as provas são feitas em copos escuros.

Portugal sempre dependeu das importações para ter azeite no prato. Tem hoje um nível de autossuficiência que chega a superar os 150 por cento, fruto da monocultura instalada no Alentejo, com mais de três quartos da produção nacional. Onde antes se viam campos secos ou sementeiras de cereais, há hoje uma paisagem coberta por extensos olivais intensivos ou mesmo superintensivos.

O azeite de Portugal é de uma qualidade extraordinária. Pilar da alimentação saudável, príncipe da dieta mediterrânica, é um tesouro nacional em crescimento.

Haverá melhor do que molhar um pedaço de pão fresco num prato de azeite? Ou o sabor das torradas, feitas em brasas incandescentes, regadas com azeite no lugar da manteiga? Haverá maior prazer do que uma lasca de bacalhau acabado de sair do forno onde tostou numa cama de cebola e azeite? Os portugueses sabem que não. A juntar a tudo isto, é um dos elementos centrais da dieta mediterrânica – Património Mundial e Imaterial da Humanidade da Unesco desde 2013.

Cada português consome em média oito litros de azeite por ano, ainda assim menos que espanhóis ou italianos, que são, não apenas os maiores consumidores, como também os maiores produtores.

A palavra azeite tem origem no vocábulo árabe az- -zait, que significa literalmente “sumo de azeitona”. Do olival as azeitonas são levadas para o lagar, onde são limpas, antes de serem trituradas. Depois dá-se a centrifugação que separa o azeite das águas e bagaço da azeitona. O número de lagares evoluiu de forma proporcionalmente inversa à produção. Há uma década existiam perto de mil lagares para uma produção que pouco passava das 50 mil toneladas. Hoje são cerca de 500 lagares espalhados por todo o país. “Temos muito menos lagares, mas os que ficaram são muito mais eficazes, mais modernos, mais bem equipados.”

Na Grécia Antiga as oliveiras eram veneradas como árvores sagradas e o azeite usado na culinária, como unguento ou em iluminação, e era e é verdadeiro ouro líquido. Agora, ninguém resiste ao azeite português.

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