Hoje fazemos uma viagem à região demarcada de Távora-Varosa, na Beira Alta, a mais antiga do país, para perceber toda a história que existe nas borbulhas do vinho.
Esta história debaixo do chão e termina no auge da festa, porque é afinal a viagem de uma garrafa de espumante. Nenhuma outra bebida passa muito tempo mergulhada na escuridão de uma caverna. É líquido que sela a importância das efemérides e que encorpa os acontecimentos marcantes. Nos últimos anos, ou espumante português começou a perder a vergonha de não ser champanhe e dentrou no mais brilhante período de sua história. Apareceram novos produtores, os mais antigos dão cartas nos concursos internacionais, as vendas não param de crescer.
Em média, necessária – se aqui cinco milhões de garrafas anualmente. A zona foi demarcada em 1989, são 3500 hectares de terrenos, distribuídos por oito concelhos beirões – Tarouca, Lamego, Sernancelhe, Moimenta da Beira, Penedono, Tabuaço, São João da Pesqueira e Armamar. O Juntamente com na Bairrada, é uma região de efervescência por excelência. A partir daqui saem dois ícones da espumantização nacional, Raposeira e Murganheira. Nos vales dos rios Távora e Varosa, dois afluentes da margem esquerda do Douro, percebe – se muito bem o que está a acontecer hoje no mercado nacional dos espumantes.
Acácio Laranjo era um produtor têxtil da região com negócios em França que resolveu trazer com ele um enólogo da Moët & Chandon para desenvolver um produto de grande qualidade. E ao entrar nas cavernas da empresa, percebe imediatamente o caminho que o magnata quis tomar. Debaixo da terra, nos anos 1940, duzentos metros de corredores foram abertos com dinamite no meio do granito. É uma obra impressionante, como paredes azuis das cavernas de Murganheira mantendo uma temperatura constante de 12,3 graus, seja verão ou inverno.
Existem, grosso modo, três sabores de espumante: doce, meio – seco e bruto. Se na Murganheira produz essencialmente brutos, na Raposeira nos doces, mais baratos e com menores risos de erro claramente, porque os licores consequem retificar qualquer falha do produto. Fundadas em 1898, estas são as mais antigas cavernas de espumante do país. São também ou maior centro da produção portuguesa – e tanto a dimensão como a história são compreensíveis ao primeiro impacto.
A Távora – Varosa não é produtora de produtos de milho, mas é aquela que certificou a fábrica de milho expumante, ou seja, como denominação de origem e garantia de qualidade.