D. Dinis é uma das grandes figuras da historia portuguesa. Era, na sua época, um dos Reis mais respeitados no mundo. Conhecido como o “Rei Poeta” (pois terá escrito 173 poemas em Galaico-português) ou o “Rei Lavrador”, D. Dinis foi o 6º monarca de Portugal e reinou durante 46 anos. É descrito como culto, justo, por vezes cruel, piedoso, decidido e inteligente. Filho de D. Afonso III e de Beatriz de Castela, nasceu em pleno dia de S. Dinis, a 9 de Outubro de 1261, em Lisboa. Em 1279, aos 17 anos, D. Dinis chega ao trono de um país que vivia tempos instáveis. Entre 1280-1287, com o intuito de estabelecer a paz em Portugal, negoceia com a Santa Sé. A relação com a igreja estava deteriorada há muitos anos, chegando ao ponto, de por exemplo, o rei D. Afonso III ter sido excomungado. Logo no início do seu reinado, em 1280, D. Dinis, pensou no casamento e possivelmente nas questões políticas. Encontrou a sua esposa ideal em Isabel de Aragão, conhecida popularmente, hoje em dia, como a “Rainha Santa”. O casamento seria feito 2 anos depois, em Barcelona, por procuração. A Rainha Isabel tinha…10 anos! Ao chegarem a Portugal, foi feita a cerimónia em Trancoso. E depois fixaram-se em Coimbra. Deste casamento tiveram dois filhos: D. Constança e D. Afonso, futuro D. Afonso IV. No entanto, D. Dinis teve várias relações extraconjugais, dos quais teve filhos, que foram educados pela Rainha Santa! D. Dinis tomou várias medidas, como por exemplo: criou um sistema de leis, criou as feiras, apostou na pesca e em outras actividades marítimas, cedeu terrenos para cultivar a quem não tinha posses.
No Entre Douro e Minho dividiu as terras em casais, cada casal vindo mais tarde a dar origem a uma povoação. Em Trás-os-Montes o rei adoptou um regime colectivista: as terras eram entregues a um grupo que repartia entre si os encargos, determinados serviços e edifícios eram comunitários, tais como o forno do pão, o moinho e a guarda do rebanho. Em 1290, fundou a primeira universidade no país, que se situava em Lisboa e posteriormente passou para Coimbra. Estabeleceu o Português como língua oficial na redacção de documentos e fez uma aliança com Aragão. Entre 1319 e 1324 esteve em guerra com o filho D. Afonso. Acabaram por fazer as pazes. Contudo, rezam as crónicas que, graças a este conflito, as relações com a sua mulher, a Rainha Santa, nunca mais foram saudáveis. Em 1290, concluída a reconquista portuguesa, o rei Dinis I de Portugal decretou que a “língua vulgar” (o galego-português falado) fosse usada em vez do latim na corte, e nomeada “português”. O rei trovador adoptara uma língua própria para o reino, tal como o seu avô fizera com o castelhano. Em 1296 o português foi adaptado pela chancelaria régia e passou a ser usado não só na poesia, mas também na redacção das leis e pelos notários.A 7 de Janeiro de 1325, aos 63 anos (uma idade muito avançada para a altura), D. Dinis faleceu em Santarém. Foi sepultado no Mosteiro de Odivelas, um edifício que foi criado por si. Análises feitas ao seu túmulo indicam que o “Rei Poeta” foi muito saudável (incrivelmente faleceu com todos os dentes), permitindo ainda concluir que media 1,65 metros e tinha cabelo e barba ruivos.